sexta-feira, 2 de março de 2012

Vinho raro e precioso

 









Certa vez,
Que parece ter sido em outra vida,
Visitava antigos parentes de meu pai
E tive o prazer de sorver um vinho
De safra pequena e única. 

Foi num lugarejo bem ao norte da Espanha,
Numa casa centenária toda feita de pedras.
O vinho era de uma das mais antigas videiras do lugar
Que seria arrancada para dar lugar a uma construção.

O Sol descia lento e avermelhado
Abrindo, gentilmente,

Caminho para a menina Lua,
- A que trazia estrelas nos cabelos.


Ali, na varanda de pedras,
Sorvíamos o inigualável vinho
Em pequenos e demorados goles,
Como se fosse a última maravilha do mundo.
 

Assim considero alguns poemas que leio.
Tão belos e únicos quanto aquele vinho.
Poemas  para serem degustados
Cada palavra e expressão
Lenta e deliciosamente. 

Com a mesma emoção
Daquele momento mágico do vinho,
Que não por ter sido da última safra,
Mas que, por seu aroma, densa textura
E o mesmo tom do crepúsculo,
Achou de  em mim  ficar tatuado. 

Elischa Dewes

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