Certa vez,
Que parece ter sido em outra vida,
Visitava antigos parentes de meu pai
E tive o prazer de sorver um vinho
De safra pequena e única.
Foi num lugarejo bem ao norte da Espanha,
Numa casa centenária toda feita de pedras.
O vinho era de uma das mais antigas videiras do lugar
Que seria arrancada para dar lugar a uma construção.
O Sol descia lento e avermelhado
Abrindo, gentilmente, Caminho para a menina Lua,
- A que trazia estrelas nos cabelos.Ali, na varanda de pedras,
Sorvíamos o inigualável vinho
Em pequenos e demorados goles,
Como se fosse a última maravilha do mundo.
Assim considero alguns poemas que leio.
Tão belos e únicos quanto aquele vinho.
Poemas para serem degustados
Cada palavra e expressão
Lenta e deliciosamente.
Com a mesma emoção
Daquele momento mágico do vinho,
Que não por ter sido da última safra,
Mas que, por seu aroma, densa textura
E o mesmo tom do crepúsculo,
Achou de em mim ficar tatuado.
Elischa Dewes
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